Textos para site sobre AICS 01.0002
Editar Novo dado
ArtigoSim
Serial58
Data
FonteDevelopers Magazine
Assunto do AICSNão
MancheteO profissional de TI: um novo paradigma de trabalho
ResumoEsse documento mostra a nova realidade das empresas e do mercado onde a busca por "novos" profissionais da área de tecnologia da informação se torna cada vez mais intensa.
IntegraNunca, em toda a história das sociedades, as empresas tiveram tanta tecnologia à sua disposição, capaz de elevar a sua competitividade. A velocidade cada vez maior com que os equipamentos e softwares evoluem não só fornecem o ferramental tecnológico, como também gera tensões e criam situações complexas para o "antigo" profissional de informática resolver. Por antigo podemos dizer a postura do profissional que volta toda a sua atenção para os computadores e que não tem uma clara compreensão dos processos de negócios da empresa.

As empresas, para se adaptarem e sobreviverem ao novo meio, estão necessitando cada vez mais de "novos" profissionais de informática e exigindo que eles não só estejam antenados com os seus objetivos, mas também que saibam como usar a tecnologia (atual e emergente) para fazer com que as organizações alcancem os objetivos de modo eficiente e com grande eficácia.




A Empresa
Podemos definir uma empresa como um conjunto de componentes e processos inter-relacionados que transformam entradas (recursos) em saídas (produtos/bens/serviços) com vista a atender a determinadas necessidades do ambiente (mercado). A partir disso, podemos afirmar que a existência de uma empresa de deve a essas necessidades. Hoje, já não vemos mais fábricas de carroças com a mesma freqüência com que víamos há 100 anos; as necessidades mudaram. Quanto à manutenção de uma empresa no mercado, esta se deve a outros motivos, sendo o principal a interação da organização com o ambiente e as conseqüências que essa interação traz.

Para entendermos melhor o impacto dessas interações, faz-se necessária à definição e a compreensão de dois conceitos básicos: a eficácia e eficiência. De modo geral, a eficácia de uma empresa é definida pela capacidade em atender quantitativa e qualitativamente - e em tempo - a uma determinada necessidade gerada pelo ambiente. Empresas eficazes tendem a ser mais competitivas. Já a eficiência de uma empresa pode ser entendida como a quantidade de recursos gastos no processamento interno para produzir um certo volume de produtos, bens ou serviços. Empresas eficientes produzem mais, gastando menos, reduzindo custos e aumentando lucros.





O Ambiente
Quanto ao ambiente, verificamos a todo instante que ele está em constante mutação. Ele é dinâmico por natureza. Tomemos como exemplo a globalização, que retrata em síntese os efeitos das crescentes transformações que países e mercados estão sofrendo: empresas sediadas em um país podem querer vender seus produtos a outros, produzidos por um terceiro; empresas nacionais se unindo a multinacionais para melhorar o seu know-how; a Internet rompendo barreiras comerciais e burocráticas ao permitir compras diretas sem intermediários a qualquer lugar do planeta; quedas nas Bolsas de um país, afetando todas as Bolsas do mundo; etc.

A velocidade de divulgação dessas mudanças nos expõe, hoje mais do que nunca em um tempo cada vez mais curto, aos efeitos dos seus acontecimentos (vemos na TV fatos que ocorreram no outro lado do mundo em tempo real!). Temos também a comunicação interativa e sem fronteiras, do final deste século, fazendo com que o acesso a uma ampla variedade de novas fontes de informação esteja ao alcance das pessoas. Com isso, clientes de todo o mundo podem, a qualquer instante, ter acesso a novos produtos e serviços. Esse contato e as novas tecnologias envolvidas resultam no desaparecimento de fronteiras, juntamente com o tempo e a distância, e causam profundos efeitos nas culturas dos povos do mundo inteiro. Sempre que uma cultura muda, a sociedade muda e, com ela, o mercado.





Decisões
Os novos paradigmas tecnológicos, geopolíticos, empresariais e de negócios estão causando transformações profundas na sociedade: a concorrência, que era regionalizada, está se tornando mundial; empresas se unindo para formarem cadeias de suprimento; alta competitividade entre os mercados; mudanças tecnológicas e culturais; tempos mais curtos para planejar; reengenharia; etc. Decisões tomadas nesse ambiente irão modificar tão intensamente os níveis de eficácia/eficiência de uma empresa quanto maior for o grau de competição no mercado entre ela e a sua concorrência. Daí, a necessidade cada vez maior de se conhecerem os problemas e o ambiente à volta, visando reduzir os riscos e a incerteza ao se tomar uma decisão.

Extrair dados desse ambiente para com eles gerar informações úteis, necessárias e confiáveis (em tempo hábil), para atender os requisitos operacionais e auxiliar na tomada de decisões se tornou uma questão vital. Para sobreviver, uma empresa tem de responder eficazmente às pressões exercidas pelas mudanças contínuas e rápidas do ambiente. Uma informação correta num tempo errado seria tão ruim quanto uma informação errada num tempo certo. A primeira simplesmente reduziria (ou inviabilizaria) o poder de respostas inapropriadas ao meio, juntamente com os seus efeitos negativos.

A simples introdução de processamento eletrônico dos dados nos sistemas da empresas não representa, portanto, uma garantia da solução desses problemas. Não basta usar as tecnologias; são necessários os conceitos nos quais se baseiam para se faz melhor o uso delas. O computados, por si só, não assegura que a empresa passe a contar com sistemas de informações confiáveis. Para que apóiem o planejamento e controle, os sistemas devem ser projetados levando-se em conta a compreensão das necessidades de informação e, principalmente, dos processos decisórios praticados pela empresa.





O Profissional
O executivo ou profissional que ainda enxerga a informática como um fim em si mesmo estão se condenando ao fracasso. Cada vez mais as tecnologias transformam a maneira como vemos o mundo, o nosso jeito de agir, a maneira de se trabalhar e o trabalho nas empresas. Além disso, propiciam o aparecimento de novas formas de fazer negócios, tal como se verifica na automação bancária e comercial, nas lojas virtuais da Internet, no intercâmbio eletrônico, etc.

A crescente velocidade com que equipamentos e softwares evoluem é uma constante fonte de tensões para esses profissionais. Se, por um lado, as empresas precisam adotas as novas tecnologias e ferramentas para obter vantagens competitivas sobre a sua concorrência, por outro, muitas das tecnologias emergentes ainda não estão, maduro o suficiente para serem utilizadas, o que exige uma grande dose de conhecimento e cautela na hora de decidir sobre o seu uso. Uma atitude conservadora demais poderia lavar à perda de tempo e recursos. Encontrar um ponto de equilíbrio entre dois extremos é uma tarefa do profissional de informática que não pode mais se confinar ao seu pequeno mundo de "bits e bytes".





O "Novo Profissional"
Para se ter sucesso hoje, sobretudo em postos de liderança, o "novo" profissional precisa aliar uma sólida cultura tecnológica a uma visão ampla dos negócios, dos processos decisórios e do funcionamento da empresa, para poder interagir com os usuários e, com eles, chegar à solução mais indicada para cada caso. Enquanto o profissional de informática não enxergar os objetivos estratégicos da empresa, e alta administração não entender a tecnologia da informação, o resultado disso será a perda de oportunidades de empregar uma ferramenta estratégica para melhorar a posição da empresa e torna-la (ou mantê-la) competitiva.

Do usuário passa-se a exigir que tenha um maior conhecimento das tecnologias emergentes, e do profissional de informática, uma nova postura e concepção de trabalho ancorada numa visão mais ampla do cenário atual e das perspectivas futuras do mercado. Além disso, outras características fundamentais estão sendo exigidas do "novo" profissional: espírito de liderança; comunicação; discernimento - saber distinguir, entre as mudanças, quais as que causam maior impacto e exigem respostas mais rápidas; estar aberto a novos conceitos e idéias; equilíbrio; determinação; não ser generalista (não basta ser um especialista na área de atuação; é fundamental ter conhecimentos gerais e compreender cada função dentro da empresa e as suas inter-relações); versatilidade; responsabilidade e decisão.

Ao entender as necessidades geradas pelos negócios e da nova postura de trabalho, o profissional de informática estará dando o seu primeiro passo em direção às novas necessidades do mercado de trabalho. "Na década passada, a impressão que se tinha era que a tecnologia seria o milagre que iria dirigir o negócio. Hoje, o negócio é que determina os passos da informática" (Robert Wong).

O impacto resultante das mudanças sociais, incrementadas pelas novas tecnologias e por uma rede de comunicações sem fronteiras, está exigindo das empresas, a necessidade de novas formas de se pensar e agir. O tempo cada vez mais curto está exigindo respostas rápidas e precisas às necessidades do mercado.

As empresas agora estão inseridas num novo contexto mundial gerado por novos paradigmas. E, sob esse novo contexto, as empresas, para se adaptarem e sobreviverem ao mercado, estão necessitando cada vez mais das novas tecnologias e, principalmente de "novos" profissionais, que não só entendam dos conceitos que façam melhores usos dessas tecnologias (para obter vantagens competitivas sem perda de tempo e recursos), mas também que entendam a necessidade de aliar isso tudo aos processos decisórios e objetivos da empresa.

Acabou-se o tempo em que uma pessoa iniciava a sua carreira numa empresa como estagiário e, após 20 anos de serviços prestados, saia como diretor (ou gerente). Os tempos são outros, as necessidades são outras, o mundo já não é mais o mesmo, e as empresas estão começando a exigir do profissional uma nova postura, um novo paradigma de trabalho.